domingo, 22 de junho de 2008

Um Oasis in the morning

À primeira vista
“Oi, tudo bem?”
natural, sincero
sem escândalos e agarramentos
ele me cumprimenta
e sai com seu passo de urso, arrastando um chinelo.
Um sinalzinho do lado esquerdo do rosto
- charmoso,
uns olhinhos puxados
que fazem puxar uma conversa interessante
e perceber que na alma há uma pureza,
uma pureza masculina, porém, digna
digna de devoção por sua amizade.
Quando a intimidade se faz recíproca
ele se revela um humorista e tanto
- Mete a catana mesmo!
e permite um xingamento carinhoso
do tipo: leso, besta, sem-percepção...
Farra mesmo é quando ele cortava seu cabelo,
um topetinho arrebitado,
lembro até de Carol dizer: “Ecaaa!Vai ficar cheio de micróbios!”
sem falar naquele livro sobre a vida sexual dos ditadores,
tá, eu sei que você não é nenhum tarado,
(o conhecimento sobre intimidades de Hitler
me deixou ainda mais avessa àquela mente totalmente insana!)
é só curiosidade!
Ah, que saudade!
Saudade...
de manhã guardar um lugar pra ele
naquela sala de um branco enorme e frio
a terceira cadeira azul
e o trio se instalava ali
para mais um “round” de recadinhos,
xingamentos, pedir ajuda com o exercício de química,
bater com a corrente na leseira alheia,
filar uma aula de redação
que ensinava “Como se dar mal no Vestibular”,
acontecimentos que faziam minha alma
ser recarregada de uma intensa alegria
que a gente compartilha quando tem amigos!
Me trazia músicas do Oasis, do Travis e do Coldplay,
era meu gravador de cd’s preferido!!!
Ainda hoje escuto Sing numa nostalgia
que me conforta,
e eu sou realmente abduzida por ela.
Brincadeiras à parte
aprendi a conhecer seus estados de espírito,
quando aqueles olhos quase nem se abriam direito
ao dizer “Bom dia”
eu sabia que vinha muita preguiça pela frente,
ou então, se ele ficava mais calado,
sem meter a catana em todo mundo,
aí a coisa estava mesmo brava!
Mas ele era sempre mais extrovertido que triste,
e distribuía um sorriso às vezes de um cinismo engraçado
por uma piada sem-graça,
ou um sorriso sincero
deixando ver que mundo bonito há dentro
daqueles olhos apertadinhos
repletos de estrelas.
Tenho saudades desse meu amigo,
um dos poucos,
senão o único,
que conseguiu me fazer derrubar uma muralha
existente por muitos anos
quando não conseguia ter nenhum amigo.
Amigas sempre tive,
mas você, meu querido,
foi o primeiro que me permitiu
dar esse amor que eu sempre tenho guardado
pra dar a quem de mim gostar e se aproximar
com uma roupa muito limpa:
guarnecida pelas irmãs verdade e honestidade,
uma roupa invisível aos olhos
mas não à alma.
Aqui está um poema
pra que você sempre se lembre
da gratidão que tenho
por ser meu amigo.
Espero ainda poder chamar você de leso
muitas e muitas vezes!
Sou regada,
toda manhã,
pela lembrança viva
de dizer:
“Bom dia, Paulinho!
Tem um lugar lá pra você... atrás de Carol.
Depois bota os livros na minha cadeira!”
É assim:
Você terá sempre seu lugar reservado
dentro do meu coração.



Jaquelyne de Almeida Costa
20/06/08
Obrigado minha querida amiga Jaqueline pela dedicação de gastar seu tempo escrevendo sobre mim. Você fez de minha lembraça algo virtuoso, coisa que nem todo mundo prefere apreciar. Espero que esse texto dê-me um pouco de inspiração para continuar meus escritos. Beijos

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Amor

Amor, o sentimento mais nobre, mais belo, do qual deriva todas as demais qualidades. Por que escondê-lo? Encubá-lo num pote de cerâmica? Por que amar sozinho?

Bem, se eu soubesse seria o escritor de auto-ajuda mais rico e feliz do mundo. Se eu soubesse todas as respostas das perguntas que faço neste blog seria, no mínimo, sobrenatural. E melhor ainda, não perguntaria a vocês.
Ainda mais hoje, dia dos namorados, sozinho, sem ter a quem destinar meus mais puros sentimentos, faço mais uma pergunta: para que se entregar ao amor?
Bem, essa eu aventuro a debater, ou, no caso, monologar.
Para se entender o amor, é necessário mais que uma visão material do mundo, é preciso ter um senso espiritual elevado, pois o hipocentro do amor está no divino. Seu epicentro encontra-se na relação das almas gêmeas.
Dizem que apenas os homens raciocinam. É provável. Contudo não se carece raciocínio para amar. Julgo, então, que só o homem raciocina, mas todos os seres amam. Se o Divino os fez com todo seu amor, amor há de existir neles.
Por que a aranha-macho teria relações sexuais com a aranha-fêmea, se no final ela o matará? Por que, após o parto, os filhotes tubarões permanecem próximos à mãe, se correm o risco de serem mortos por ela? Por que certos animais se beijam como humanos? Por que a mamãe cadela protege seus filhotes com a própria vida? Por que o casal de curió voa sempre um atrás do outro, procurando não se separar muito? Seria apenas extinto animal?
Discordo. Há amor.
Onde há sacrifício, sofrimento pelo próximo, compaixão, entrega absoluta, existe sempre amor.
E para que essas aflições? Para sentir, ou pelo menos ter a esperança de sentir, o calor ardente, ao mesmo tempo aconchegante, do amor recíproco.
É por isso que tantos amam sozinhos. Mas não há de se esconder tal sentimento. Se é o mais nobre dos nobres, por que temê-lo? Subtrai-lo?
Medo de sofrer, vergonha em sentir, temporalidade do sentimento, bem, isso não é amor.

Amor é sentar encostado numa árvore frondosa, sobre a terra fria, sentir seu tronco te massagear, suas folhas te acariciar, sua sombra te proteger, sua aura te encantar, te fazer feliz, te amar.
É olhar para trás e ainda sentir a árvore. É seguir pelo futuro esperando seus frutos.
É por isso que se deve entregar-se ao amor.
É por isso que não irei me abster dessa dádiva.

domingo, 8 de junho de 2008

Lua Luar

Se não és o sol
Que esquenta tudo
Pode ser a lua
Que vive a brilhar
Na escuridão
De algum lugar

Se não és a terra
Que vive a sangrar
Pois será o fruto
Que gerará semente
E outras sementes
Por você virá

Se não és o vento
Que levanta poeira
És a visão do mundo
Quando agente olha
De uma ribanceira

Se não és só minha
Pelo descaminho
Tu serás o verso
Que faço sozinho
E te mando agora
Em cima da hora.

Charlie Augusto


PS.: Pra compensar a falta nesses dias, este segundo post.

Bobo

Sou um bobo, sim, eu mesmo!

A vida é um carretel de linha azul, na qual são amarradas em seqüência felicidades, decepções, conquistas e perdas. Sou um ser minúsculo e leso que caminha sobre a linha azul, imaginando só encontrar pela frente felicidades. Boboca. Esqueço quase sempre que o mundo é composto por humanos.

Por que sempre egoísmo?
Sei muito bem que estou sendo egoísta criticando o egoísmo alheio, mas para que tudo isso?
Evolução? Para que, a custa de tanto sofrimento?
Este último sábado esqueci da intenção de procurar gente descente: cachaça na mão e poeira no chão foram os remédios temporários para minhas indagações sem resposta. Alguém aí conhece um remédio de efeito permanente? Só não me venham com essa de tempo e paciência.
Um bobo não tem noção de tempo e paciência, será que ainda não perceberam?!
Ainda não procurei na farmácia, será se devo? Drogas são um ótimo remédio para uma mente vazia. Mente vazia...
Acho que é isso!!! Incrível como uma autoanálise dotada de um pouco de humildade é eficaz! Newton, Einstein e Kelsen não tinham esses problemas meu caro superego. Controla o id! E Ego, controla o superego!
A questão seria manter a mente ocupada? Hum, é provável.
Mas ocupá-la não traria novos problemas? Não bastam os já existentes?
O mundo não seria menos problemático se fosse mais pré-determinado?Para cada beija-flor a sua flor, para cada formiga o seu grão, para cada anel o seu dedo, para cada homem a sua mulher.
Para que tanta relatividade?
Nossa, hoje estou "indaguento". As cadeias atômicas da natureza humana não são fáceis de decifrar.
Será essa complexidade a beleza da criação? Será se apenas o divino explicaria? Ou em determinado momento encontrarei as respostas?
Indagações apenas, resposta nenhuma.
Sou um ser minúsculo e leso que caminha sobre a linha azul, imaginando só encontrar pela frente felicidades. Boboca.


PS.: Queridos curiosos, tenho de me desculpar, passei dias sem escrever. Julguei necessário passar esse tempo sem publicar nada, a vontade não me tentou e acontecimentos em minha vida pessoal propiciaram minha falta.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Anjos

"- Ei, você reclama demais!
- Quem, eu?
- Sim, você mesmo!"


Para quem bem conhece, ou para quem já percebeu pelos textos passados, sou sim um reclamante. De tudo.
Oras, todo ser humano há de reclamar de diversas coisas por diversos motivos. Ponho-me num percentual mais elevado de reclamações por dia.Um grande resmungão? Por que não?
Mas como se satisfazer diante de tantos erros cometidos? De tantas injustiças perpetradas? Em face de tantos fatos aberrantes?
Hei de ser um bom observador, como já dizem. Reclamo daquela unha suja do dedão do pé, do motorista imprudente, do calor infernal, da comida fria, do computador lento, dos autores dos livros (de preferência os relativos ao direito), dos livros, dos professores, das provas aplicadas por esses, das aulas desses, daquele chato que não me deixa assistir aula, daquele chato que só quer prestar atenção à aula, da falta de emprego, da falta de comida, da falta de comida para os mais pobres, das injustiças do judiciário, das injustiças dos outros poderes, da minha rinite alérgica, da minha alergia a camarão (é foda).
Mas as minhas principais reclamações são para com os meus amigos. Sim senhor!
Reclamar pelo simples fato é irrisório, fácil e ao mesmo tempo insignificante. Reclamar dos seus amigos é difícil, complexo, mas ao mesmo tempo valoroso. Valoroso? Perfeitamente.
Reclamar por reclamar pode não valer moralmente algo, mas é imprescindível para a natureza humana. Um homem não pode mudar tudo que vê, entretanto pode reclamar e isso o faz se sentir melhor, mais vivo, ou menos infeliz. Comumente reclamar me faz dar grandes risadas, estranho não?
Porém, tratando dos meus amigos, prefiro ser calculista. Constantemente mexo com os seus sentimentos, mesmo involuntariamente, assim como eles com os meus. Logo nossa relação está em outro plano, quiçá superior. Contudo, não me abstenho, reclamo! Tenho uma preocupação acentuada por eles, apesar de às vezes não perceberem. (minha atenção não precisa se dividir tanto, pois não são muitos)
Alguns podem até não perceber, mas sei bem, meu caro amigo, como você é exatamente, da unha do dedão do pé até os fios do cabelo, até as impurezas da alma (pretensioso). E o valor em reclamar contigo é enxergar seu melhoramento num futuro próximo, ver você evoluir, saber que posso ajudá-lo assim como os anjos (mais pretensioso).
Ainda mais elevado é quando posso reclamar sem precisar falar. Não tem como explicar falando.
Também quero reciprocidade, sou humano, olhem, me cerquem e me sequem, quero anjos me rodeando (e quem sabe uma fada).
Reclamem comigo!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cortesia e Humildade

Pessoal, depois dizem que o créu é imoral: http://www.youtube.com/watch?v=ykZZvdz83FA&eurl=http://aieosso.wordpress.com/2008/04/10/perreo-chacalonero-estranhissima-danca-chilhena/

Vejam isso aí e me digam o que acham!
Esse vídeo e o créu abrem margem para o assunto do nosso monólogo de hoje: a Cortesia e a Humildade.
Aurélio bem pronunciou: Cortesia sf. Delicadeza, amabilidade.
Bem, sinto que sou um cara cortês, entretanto esse negócio de delicadeza e amabilidade está me soando frescura demais! Acho que o Aurélio não me conhece.
Quem vê a expressão logo associa àquele gentleman, cheio de modos e elogios. Mantém seu corpo livre de dissipações, sabe seguir o rio do bem, desviando dos afluentes maldosos. Eis uma característica indispensável para um bom líder.
A liderança há de caracterizar um ser respeitável, honesto, justo, capaz, audacioso, firme e humilde. Tão somente a humildade apazigua as demais qualidades. Sem ela, sem virtudes.
Tudo na vida deve ser guiado por aquele princípio místico-universal do equilíbrio, da nuvem ao vulcão, da formiga à mente humana. A mente humana? Acho que esta fugiu à regra, por caber desequilíbrio e desentendimento em seu interior. Não que sejam únicos em nossas mentes, mas parecem ser imperativos!
E esta instabilidade de raciocínio e decisões mancha os mais belos atributos humanos. Como no texto passado, "o poder corrompe". O poder na mente humana gera uma série de deturpações morais sobre o caráter que irremediavelmente poluem suas atitudes, desconstruindo seu equilíbrio, suas qualidades.
Logo sugiro a utilização de um filtro, sim, pode ser uma peneira: a imagine em sua mão, seu corpo, seus detalhes, sua cor, sinta, emane energia positiva sobre ela. Agora passe por sua mente e filtre essas impurezas, o desequilíbrio.
Sinta que a Cortesia parecerá mais radiante, suas palavras e atitudes serão singelas, amáveis, delicadas, por que não?
Uma breve análise de seus pensamentos e ações pode surtir o mesmo efeito quando bem feita, desde que consubstanciada de humildade.

terça-feira, 3 de junho de 2008

"Hirearquia"

"Hirearquia"!
Para que isso? Para que direito administrativo, essa invenção de algum infeliz que não conhece o bom da vida?
Certamente existem coisas que não me entram e direito administrativo é uma delas. Quem conhece sabe, algo seco, sem graça, fundamentado por um único princípio! Sim, um único! Todos os demais colocaram de enfeite, sim senhor! Do princípio da supremacia do interesse público desdobram-se todos os outros, ou seja, apenas derivados, como o da indisponibilidade, da legalidade, etc. E não me venham pedir um artigo sobre isso! Cansado estou de questionar conceitos. Espere sentado uma atualização do livro do Celso Antônio que logo logo ele pensa nisso também (se já não pensou). Alguém aí está viajando?
Outra que não me passa é a arrogância. Não estou sendo pessoal, pode ter certeza que, se você me conhece, odeio a arrogância, mesmo minúscula, em você. Sei muito bem que também estou sujeito a esse vício, principalmente quando líder de algo singular, ou ainda, quando integrante desse pomposo e regrado meio jurídico. O poder corrompe, corretíssimo. Posso até estar sendo arrogante agora, o poder das palavras é fortíssimo.
Vigilância a todo instante, eis o lema de um amigo.
Meus caros, vocês já se perguntaram alguma vez se, quando analisando seus pecados e defeitos, existe alguma energia negativa vos influenciando? Pois digo, "continua no erro, que o erro te acompanharás", já dizia o poeta dessas igrejas por cá e lá.
Mais uma vez, certíssimo! Continuando num meio cercado de arrogância, mentiras, inveja e falsidade, serei enfim um deles? Viverei melhor ao lado das palhas secas, naquela casinha humilde ao lado dum riacho verde e dum pé de umbú-cajá, onde não se vê nem disarmonia nem discórdia?
Bem, ainda não sei.
Vou aonde encontrar meu amor.

PS.: Peço desculpas pela demora do post de hoje. O atraso se deu por conta de uma prova de direito administrativo, esta bendita!

domingo, 1 de junho de 2008

Surpresas

Surpresas! Que vida filha de uma puta cheia de surpresas!
Tem delas que te abrem um sorriso gostoso, daqueles de avermelhar as bochechas e soar as mãos. Já outras te fazem baixar a cabeça, ficar do tamanho de uma formiguinha sem graça, como o gol do Edmundo aos 45min do segundo tempo, contra meu querido Sport. Mas não se enganem, surpresas são sempre bem vindas, pois quem bem sabe, delas brotará um futuro recheado de boas novas, surpresa nenhuma te fará mal. Às vezes o susto possa te passar uma sensação ruim, mas na frente verás os bons frutos que serão colhidos (vitória sobre o Vasco, nos pênaltis, gol perdido do Edmundo).

Bem, esse texto é do domingo, mas estou escrevendo no sábado à noite, quase meia-noite, sem ter colocado uma gota de álcool na boca, olhando para aquela velha escada encostada na parede descascada no muro. Então não me cobrem mais nada, pois estou um saco, sem saco. Queria dar uma volta, contudo lembrei que estou à procura de mulheres descentes e a uma hora dessas dificilmente terei êxito.

Deixo vocês com um prazeroso verso de Machado de Assis, o qual minha gloriosa, bendita e encantadora amiga Jaque deixou na ferramenta virtual indispensável para o homem moderno, o Orkut:

"Abençoados os que possuem amigos,
os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede,
não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!"


PS.: Este texto não é destinado uma única pessoa. Meus textos possuem várias interpretações, depende de quem lê, da situação e da inteligência de cada um. Bom domingo meus caros.