sábado, 31 de maio de 2008

A Escada

Todos os dias acordo mansamente... gloriosa modernidade que criou o despertador no celular! Mais ainda. Criou o Modo Soneca, no qual o despertador toca em intervalos pré-determinados, pra te dar a oportunidade de mais uma sonequinha. Minha nossa! Uma salvação para a preguiça, um precipício para minhas responsabilidades!!!
Creio que este recurso resgatou alguns neurônios meus da morte, entretanto me faz perder o tempo precioso que tenho. Sim. Já disse José Pereira: "Para que dormir meus filhos? Se o homem podia passar a vida toda acordada estudando? Para quê?"
Bem, não sei ao certo se passaria esse tempo estudando, mas certamente aproveitaria para gozar um pouco desta vida perversa, como também maltratada. Mas voltando ao meu momento matutino... Cá estou eu, pelas nove, nove e meia da manhã, de pés descalços caminhando muribundamente ao banheiro. Feito o serviço, geladeira, não me dou ao trabalho de utilizar copo, já tenho uma garrafa reservada para mim. Voltando à vida moderna, procuro assento na sala, à frente do computador: meu lado tecnológico está me consumindo!
Enquanto o processador gere os dados do HD, abro a porta para o sol da manhã entrar, aconchego-me mais apropriadamente na cadeira e vejo aquela cena de Beleza Americana no muro de casa: http://www.youtube.com/watch?v=UDXjnW3nIWg
Bem, o saco ainda me emocionou, mas o que mais atraiu minha atenção foi a escada que está lá, encostada na parede, meio bamba, ao sol, ao vento, como o saco (ainda está lá agora, no mesmo local). Contudo ela não flutua como o saco, não rodopia nem se move ao deslocar das folhas. Imóvel está. A observação mais importante: está deitada!
Então o bobão começa a se imaginar no mundo astral: subindo a escada de pé, erro sempre uma pisada e me esborracho no chão. Coloco-a deitada, facilmente me desloco por ela, sem problemas de contusões.
Minha vida tem sido uma escada de pé, subo, erro uma pisada, caiu! Subo, erro, caiu! (Isto não é uma menção à música Beber, cair e levantar, que fique bem claro aos engraçadinhos!). Da última vez, eu estava alcançando a Lua, dando tchau pra São Jorge, daí errei a pisada! Meus caros, imaginem a queda.
Decidi por tal escada deitada, só assim não cairia novamente. Entretanto com o tempo percebi que com ela deitada sempre fico no mesmo local, sempre estou aqui, no chão, na Terra, no purgatório, no inferno.
Quero evoluir oras! Tendo aprendido, quero pisar no lugar certo agora! Ponho a escada de pé mais uma vez. Já subi dois, três degraus, e seguirei em frente. Sei bem que errarei alguma pisada de novo, mas da próxima, seguro na lança de São Jorge, e se ele balançar, levo ele junto!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Egoísmo

Selfishness, Egoismus, L'égoïsme, Egoísmo.
Difícil falar disso, não é? Faz dias que penso em escrever sobre isso, mas fazem trinta minutos que estou sentado aqui, sem saber por onde começar.
De certo, é o pior dos sentimentos humanos, deve ser por isso que é tão difícil tratá-lo.
Seguramente não conseguirei falar dele através de uma visão durkheimniana, ele faz parte de mim, assim como faz parte de você. Segundo o Livro dos Espíritos, de Kardec, é dele que deriva todo o mal, está por trás de todos os vícios, é a verdadeira chaga da sociedade.
Observe bem seus erros, suas mágoas, suas tristezas, seus desvios, no fundo o egoísmo está lá. Não conseguimos fazer nada sem pensar antecipadamente em nós mesmos, às vezes até pensamos que essa é a forma correta de tratar a vida: dinheiro, realização profissional, família, conhecimento, amizades, amor. Vivemos(vivo) tudo de forma egoísta: enganar papai no troco do pão; correr para entregar o currículo antes daquele seu amigo; fechar a cara para sua mãe por ela não ter deixado você sair; esconder um livro em outra seção da biblioteca para só você utilizá-lo; usar suas amizades com objetivos secundários; esquecer que o amor é um sentimento recíproco, solidário, e não solitário.
Mas felizmente tropeçamos! Caímos! Quebramos a cara! Fundo do poço!
Aqui está sua salvação meu caro. A humanidade está destinada ao erro, mas também à evolução. Nada de tecnologia, falo de uma elevação espiritual. O erro nos proporciona compreensão de nossas atitudes, nos mostra as pedras que nos derrubaram, ilumina a escuridão da estrada desviada. Mas como?
Através do sofrimento. Feliz do que sofre, pois bem saberá por onde não mais andar.
Tenho a impressão que a esta altura do texto ou vocês não chegaram até aqui, ou quem chegou, não está lendo nada, só passando o olho. Oras, pare de melodrama Eu Mesmo! Mais parece apresentaçãozinha de Power-Point de mensagens com coraçõeszinhos, crianças e animaizinhos!
Bem meu caro, quanto ao egoísmo, prefiro ficar com essas palavras à la pastor evangélico. Nada de religião, mas pura compreensão da vida vivida.
Pois errei, e sofro.


*PS.: Ferramentas para escrever o texto supra: incenso de absinto, uísque, charuto, coração partido e dor de cabeça seguida de disenteria.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Momentos

Bem, gostaria de continuar com a certa aspereza com a qual iniciei o texto anterior, entretanto, devido à valiosa ferramenta virtual que é o Orkut como calendário de aniversários (frise-se que tenho uma péssima lembrança para nomes e datas), pauso para uma reflexão das amizades, minhas amizades.
Creio serem meus amigos os sustentáculos para esta evolução terrena. Neles me apoio, desabo, impulsiono-me para erguer. Sei bem do que são capazes. Sim! Aqueles grandes e verdadeiros amigos eu sei bem disso, de tudo, das coisas boas e ruins, oras, somos humanos, portadores de um egoísmo sem fim.
Olhando para o passado bate aquela saudade dos momentos bons, felizes, dos sorrisos compartilhados, das histórias bem fofocadas, dos beliscões suavemente provocantes, da vida serena que é compartilhar os momentos com um bom amigo.
Tenho saudade de uma penca de coisas, mas hoje, aumenta-me o desejo de reviver aquela sala fria, naquela fila colada à parede, naquelas três cadeiras as quais foram reservadas cuidadosamente por uma delas. Das risadas avacalhadas, dos besteirois abobalhados sem os quais ser humano nenhum passa pela vida sem prová-los.
Alguns pensam que esses momentos passados não mais voltarão, mas ficarão guardados sempre em um cuidadoso cantinho de nosso coração. Penso diferente: guardo a esperança de reviver as alegrias envelhecidas, a vivência com os amigos do passado. O futuro é incerto. Para mim ele é certo.
Um grande beijo Jaque, minha querida amiga, felicidades hoje em seu aniversário, e sempre enquanto a amizade for eterna. Também dedicado a Carol, em mesmo sentimento e intensidade.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O Início

Bem pessoal, cá estou eu.
Sim! Eu mesmo! Abordando fatos e pensamentos desconexos desta vida, tentando interpretá-los. Ou simplesmente os transcrevendo. Provavelmente não seja interessante você ler o que vem pela frente, pois bem, vide Google e desfrute das deliciosas curvas digitais das moças desnudadas! Ou porque não dos músculos avantajados de rapazes desavergonhados! Tenho absoluta certeza que você gozará muito mais.
Mas se te interessas pela vida alheia, pela minha vida, minha mesmo, espere e prossiga pelas passagens abaixo.
Encontrarás algo singelo, às vezes aberrante, às vezes trivial, mas sempre sincero.
Não espero nada de ti, caro leitor. Esperem algo de mim, esperem sempre por mim.
Está dado o primeiro passo.